sábado, 8 de novembro de 2014

Desnutrição infantil e o Bolsa Família


Marasmo e Kwashiorkor


“-Kwashiorkor: Desnutrição predominantemente proteica, mais frequente em crianças menores de 5 anos e apresenta como características básicas: edema, diarreia, descamação da pele, despigmentação do cabelo, apatia, tristeza, face de lua.
-Marasmo: Desnutrição energético-proteica equilibrada. A deficiência de crescimento é acentuada, bem como a de peso, a atrofia muscular, a ausência de gordura subcutânea e a caquexia. Apresenta face de idoso e pele enrugada. Normalmente são crianças irritadiças. Proteínas plasmáticas normais, ou levemente diminuídas.
-Kwashiorkor-marasmático: Forma mista, em que existe a desnutrição energética e a proteica, porém desequilibrada. Possui sintomas tanto do Marasmo quanto do Kwarshiokor, as crianças tendem a desenvolver diarreia, infecções e múltiplas deficiências de nutrientes."
 
A informação acima diz respeito aos principais tipos de desnutrição infantil. Como podemos perceber, a deficiência de proteínas e carboidratos é um importante fator na insegurança alimentar infantil, e está relacionada principalmente à baixa renda e à consequente menor disponibilidade de alimentos. Nesse contexto, o Programa Bolsa Família se constitui em um importante redutor da desnutrição infantil no país.

 
O       Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que tem como foco de atuação os brasileiros extremamente pobres (que têm renda per capita de até R$ 77,00 por mês) e famílias pobres (que têm a renda per capita entre R$ 77,01 a R$ 154,00 por mês, e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos).
Ele possui três grandes pilares: a transferência de renda, que  promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades, que reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações e programas complementares, que almejam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade econômica e social.
A transferência de renda possibilitou às famílias mais vulneráveis um aumento na quantidade de alimentos consumidos (prioritariamente aqueles que são baratos e promovem a saciedade e provisão de energia, como arroz, feijão, batata, macarrão, etc) e aumento da variedade dos alimentos, incluindo mais carnes e vegetais, fundamentais na obtenção de nutrientes.
Esse fato contribuiu de forma expressiva na redução das deficiências de carboidratos, proteínas, vitaminas e micronutrientes, e consequentemente, na diminuição da desnutrição infantil (“o Bolsa Família reduziu de 17% a mortalidade geral entre crianças nos municípios onde tinha alta cobertura, sendo que esta redução foi ainda maior quando considerou-se a mortalidade especifica por algumas causas como desnutrição (65%)”).
Além disso, dentre as condicionalidades do Bolsa Família estão o compromisso de acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos, o acompanhamento de  mulheres na faixa de 14 a 44 anos e, se gestantes ou nutrizes (lactantes), o dever de realizar o pré-natal e o acompanhamento da sua saúde e do bebê. Esses atos ajudam na manutenção da saúde infantil, já que durante o acompanhamento nas unidades básicas de Saúde da Família, as crianças são periodicamente avaliadas e, se houverem deficiências nutricionais, são prescritos suplementos que correspondam às suas necessidades.

Fontes:
http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_385317780.pdf
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia
http://www.onu.org.br/estudo-avalia-impacto-do-programa-bolsa-familia-na-reducao-da-mortalidade-infantil/
http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/desnutricao/
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/condicionalidades

10 comentários:

  1. A desnutrição é um problema grave ainda presente nas famílias brasileiras e causa tipos graves como o marasmo e o Kwashiorkor. Segundo dados divulgados pela pasta, depois que o Saúde da Família se associou ao Bolsa Família - programa de transferência de renda do governo federal coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) - a desnutrição infantil diminuiu 52%. Outro exemplo do êxito do Saúde da Família, é a proporção de recém-nascidos com mães que nunca fizeram consulta de pré-natal: o número caiu de 8,54% para 2,95%. Uma das explicações para esta queda é o cumprimento das condicionalidades do Bolsa Família, que exigem, por parte do beneficiário, manter crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando pelo menos 85% das aulas e o cumprimento de cuidados básicos em saúde. Em resumo: manutenção de um calendário de vacinação para as crianças entre 0 e 6 anos, além de agenda pré (gestantes) e pós-natal (nutrizes). Ainda no que diz respeito à desnutrição (baixo peso por idade) se constata, desde 2002, um importante decréscimo nas taxas de hospitalizações, por desnutrição, em crianças menores de um ano no Sistema Único de Saúde. De acordo com estudo realizado pelo MDS, Fundo para Nações Unidas para Infância (Unicef) e Universidade de São Paulo (SP), divulgado em abril de 2005, a avaliação nutricional realizada com crianças com até cinco anos de idade que vivem no Semi-Árido brasileiro mostrou que a desnutrição infantil, na região, caiu de 17,9%, em 1996, para 6,6%, em 2005. O estudo constatou que 30% da redução se deve ao Bolsa Família. O efeito do programa de transferência de renda é ainda maior na faixa de seis a 11 meses de idade, onde grande parte das crianças deixa o aleitamento materno e precisa mais de outros alimentos. As crianças beneficiárias, de seis a 11 meses de idade, se não fossem atendidas pelo Bolsa Família, teriam 62,1% a mais de risco de apresentar desnutrição crônica. Reduzir a desnutrição significa diminuir as internações hospitalares e, consequentemente, baixar os custos na área de saúde.

    ResponderExcluir
  2. O programa Bolsa Família (PBF) tem desempenhado um papel significativo na redução da mortalidade infantil nos municípios brasileiros, inclusive por causas relacionadas à pobreza, como a desnutrição e a diarreia. A conclusão é da pesquisa brasileira Efeitos de programa de transferência de renda condicionada na mortalidade infantil nos municípios, publicada recentemente na revista médica britânica The Lancet, e também no Relatório 2013 da Organização Mundial da Saúde. Os pesquisadores, vinculados à Universidade Federal da Bahia (UFB), descobriram que nos municípios onde houve alta cobertura do Bolsa Família (em termos de população municipal) e que tiveram assegurado os benefícios a toda a população pobre elegível pelo menos nos últimos quatro anos tiveram redução de 17% da mortalidade em menores de 5 anos, e de 53% e 65% na mortalidade em criança por diarreia e desnutrição, respectivamente. O aumento da cobertura do programa federal de transferência de renda nos municípios, da sua duração e da cobertura da população-alvo reforçaram seu impacto.

    Referência: http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/10/bolsa-familia-esta-associada-a-reducao-da-mortalidade-por-desnutricao-e-diarreia-596.html

    ResponderExcluir
  3. No tratamento da desnutrição, a prioridade é a recuperação dos depósitos de gordura que garantem suporte energético para o processo anabólico do crescimento. Medidas simples como organizar os horários das refeições e acrescentar uma colher de sopa de óleo vegetal nas refeições principais. Deve-se, primeiramente, recuperar o peso, para depois intervir na qualidade da alimentação. É neste ponto que Programa Bolsa Família tem maior efeito, pois o aumento da renda das famílias beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde. O programa melhorou a alimentação das famílias. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança.

    Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/pesquisa-revela-bolsa-familia-teve-impacto-na-queda-da-mortalidade-infantil

    ResponderExcluir
  4. Propostas governamentais que visam melhorar a saúde e o bem-estar da população são, se bem aplicadas, um jeito eficiente de melhorar a distribuição de renda, e principalmente, serviços e elementos necessários à manutenção de uma boa qualidade de vida. Como muito bem retratou o texto, o bolsa família, é um programa que, na medida em que beneficia os mais pobres, propicia que os mesmos tenham uma melhor e mais rica alimentação, diminuindo assim, a fome e a desnutrição, e evitando problemas que lhe são inerentes, como por exemplo, a deficiência de vitaminas, que afetam várias áreas do nosso corpo, como o sistema nervoso que é afetado pela deficiência de niacina (pelagra), o paladar e o olfato que são afetados pela falta de zinco, o trato gastrointestinal é afetado pela pelagra, deficiência de ácido fólico e alcoolismo, o sistema cardiovascular, que é afetado pelo beribéri (deficiência de tiamina - vitamina b1), dentre muitas outras consequências da má alimentação. No Brasil e no mundo, a desnutrição e a fome são graves problemas de saúde, que matam em massa por dia, e agravam consideravelmente, o caso clínico das mais diversas doenças. Desta forma, as medidas sociais brasileiras como o bolsa família e o fome zero, e o Brasil sem miséria, são importantíssimas, fato este reconhecido pela organização das nações unidas para agricultura e alimentação (FAO), que no relatório sobre o estado da insegurança alimentar no mundo (sofi2014), destacou o Brasil como um dos países mais bem sucedidos no combate à desnutrição e à pobreza, o que pode ser facilmente observado nos dados que revelam que tais medidas, co0nseguiram reduzir a pobreza extrema em 75% e a pobreza em 65%. Aguardo novas postagens sobre esse assunto, ansiosamente.

    Fonte:
    Http://www.abcdasaude.com.br/pediatria/desnutricao
    Http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/brasil-e-referencia-combate-desnutricao-e-pobreza-diz-onu.html

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Correção: na antepenúltima linha, lê-se "conseguiram".

      Excluir
    2. O Ministério da Saúde (MS) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) divulgaram, em fevereiro de 2008, que a desnutrição infantil diminuiu 52% após vigência do Bolsa Família. Três anos antes, estudo realizado pelo MDS, Fundo para Nações Unidas para Infância (Unicef) e Universidade de São Paulo (SP), a avaliação nutricional realizada com crianças com até cinco anos de idade que vivem no Semi-Árido brasileiro mostrou que a desnutrição infantil, na região, caiu de 17,9%, em 1996, para 6,6%, em 2005. O estudo constatou que 30% da redução se deve ao Bolsa Família. O efeito do programa de transferência de renda é ainda maior na faixa de seis a 11 meses de idade, onde grande parte das crianças deixa o aleitamento materno e precisa mais de outros alimentos. As crianças beneficiárias, de seis a 11 meses de idade, se não fossem atendidas pelo Bolsa Família, teriam 62,1% a mais de risco de apresentar desnutrição crônica.

      Excluir
  5. Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Saúde Coletiva (ICS), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), mostra que o Bolsa Família reduziu em 17% a mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre os anos de 2004 e 2009, em cidades brasileiras com ampla cobertura do programa de transferência de renda do governo federal.Foram analisados dados referentes à mortalidade infantil em 2.853 locais, que representam mais de 50% dos municípios do país, que hoje tem 5.565, conforme dados do último Censo do IBGE, de 2010. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Lancet. Para o estudo, a cobertura do Bolsa Família foi relacionada com os diferentes desfechos utilizando modelos matemáticos que isolassem os efeitos do programa dos efeitos de outras intervenções ou mudanças socioeconômicas. As análises finais foram feitas sobre os municípios com melhor qualidade das informações de mortalidade.O pesquisador italiano Davide Rasella, autor do estudo, explica que o efeito é positivo porque o programa possibilitou à população mais condições de alimentação, moradia e qualidade de vida, o que ajudou a reduzir doenças relacionadas diretamente com a pobreza, em especial diarreia e desnutrição infantil. "A transferência de renda, mesmo que em valores pequenos, pode ajudar pessoas em situação de extrema pobreza ou pobreza a melhorar a quantidade e a qualidade da alimentação. As famílias passam a ter também acesso a produtos de limpeza e farmacêuticos", detalha, sobre o estudo, que teve como variável de pesquisa o Programa de Saúde da Família (PSF). A pesquisa mostra também como o Bolsa Família contribuiu para a diminuição de mortes de crianças causadas por infecções respiratórias, ação relacionada às condicionalidades do programa. “O Bolsa Família tem o efeito de pressionar as famílias para que busquem atendimento na rede de saúde”, assinala Lima Barreto. Conforme os resultados do levantamento, em municípios com cobertura consolidada do Bolsa Família (atingindo quase 100% do público-alvo por mais de quatro anos), a mortalidade de crianças de até 5 anos, causada por infecções nas vias respiratórias, foi 20% menor que em cidades com cobertura baixa do programa (até 17%). Dentro do período pesquisado, o Brasil saiu de uma taxa de mortalidade infantil de 21,7 mortes em cada mil nascidos, em 2004, para 17,5 óbitos, em 2009 – uma queda de 19,4%, sempre considerando os quase 3 mil municípios pesquisados. Por causa específica, a queda se acentua no número de mortes por desnutrição e doenças diarreicas – respectivamente de 58,2% e 46,3%.

    http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/05/bolsa-familia-reduz-em-17-mortalidade-infantil-aponta-pesquisa.html
    http://www2.planalto.gov.br/excluir-historico-nao-sera-migrado/bolsa-familia-foi-responsavel-direto-pela-reducao-de-65-em-mortes-por-desnutricao-no-pais-revela-estudo

    ResponderExcluir
  6. "Pesquisadores brasileiros publicaram, no Boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo “A redução da desigualdade socioeconômica na desnutrição infantil: a experiência brasileira (1974-2007)”. O objetivo é demonstrar como a desnutrição infantil no Brasil recuou, principalmente nos últimos anos, quando políticas de distribuição de renda foram implementadas, junto com a oferta de serviços de saúde, educação e saneamento básico, entre outros. A prioridade dada pelo governo brasileiro, nos últimos anos, ao combate à fome e à pobreza, se mostra eficaz não apenas na diminuição da desnutrição infantil, como na redução das disparidades socioeconômicas e no crescimento da qualidade de vida, em comparação com os 30 anos anteriores. Constata que a superação dos níveis de desnutrição se dá particularmente no período entre 1996 e 2007, quando os índices relativos a crianças de famílias pobres e ricas convergem à medida que crescem o poder de compra, o acesso à educação, saúde, água e saneamento básico. "

    Fonte:

    http://www.mds.gov.br/programabolsafamilia/noticias/estudo-aponta-forte-reducao-da-desnutricao-infantil/

    ResponderExcluir
  7. A desnutrição é um problema de grande importância para a saúde pública, principalmente na população infantil, que se encontra em uma fase de crescimento rápido e tal agravo pode significar prejuízos enormes ao seu crescimento e desenvolvimento. O Programa Bolsa Família veio a proporcionar significativa redução nos índices de desnutrição das crianças acompanhadas, principalmente pela melhoria na alimentação e pelo acompanhamento de saúde através do cumprimento das condicionalidades.
    Referência:
    http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2008/fevereiro/bolsa-familia-ajuda-a-diminuir-desnutricao-infantil-o-percentual-e-de-52

    ResponderExcluir