sábado, 15 de novembro de 2014

Desnutrição infantil e a multimistura



Hoje no blog iremos abordar um pouco mais sobre os sintomas e o diagnóstico da desnutrição infantil, e sobre o uso da multimistura no combate à tal doença.
Sintomas da desnutrição - É compreensível que o sinal mais comum de desnutrição seja a perda de peso. Esse fator pode também ser acompanhado pela falta de força e energia e a incapacidade de realizar tarefas rotineiras. Pessoas desnutridas desenvolvem anemia com frequência e, por isso, sentem falta de ar e de energia. Em crianças, sinais de desnutrição podem envolver a incapacidade de concentração, o aumento da irritabilidade e o crescimento atrofiado. Em casos de desnutrição aguda grave, podem ocorrer inchaços do estômago, da face e das pernas, além de mudança na pigmentação da pele.
Diagnosticando a desnutrição - A desnutrição é diagnosticada quando comparados o peso e a altura padrão de uma dada população ou pela medição da circunferência da parte superior do braço de uma criança por um bracelete, chamado MUAC. Se as deficiências da dieta persistirem, as crianças param de crescer e tornam-se atrofiadas, o que faz com que tenham baixa estatura para suas idades. Isso é diagnosticado como desnutrição crônica. Se ocorrer perda de peso ou ‘emaciação’ – baixo peso para determinada altura –, eles são diagnosticados com desnutrição grave. Isso acontece quando uma pessoa desnutrida começa a consumir seus próprios tecidos corporais para obter os nutrientes de que necessita. Na forma aguda e grave da desnutrição, crianças com kwashiorkor – estômago distendido – podem ser clinicamente diagnosticadas com inchaço corporal, irritabilidade e mudanças na pigmentação da pele.”
A multimistura (composta por 70% de farelos de arroz ou trigo, 15% de pó de folhas de mandioca, 15% de pó de sementes e casca de ovo em pó) foi criada pela pediatra e nutróloga Clara Terko Takaki Brandão quando se mudou para o Pará, na década de 70. Ela verificou um grau alto de desnutrição das crianças no local, com diarreia, hipovitaminose A e anemia, e haviam dificuldades financeiras para melhorar a alimentação das crianças. Um dia, ao visitar uma plantação, notou que havia um pó junto das plantas. O agricultor explicou que era farelo de arroz, que não era usado na alimentação, mas ajudava a planta a crescer.
Verificando na tabela de alimentos, Clara percebeu que havia ali uma potencial fonte de minerais. Começou a usar nas refeições da creche e houve diminuição dos casos de diarreia. Então, somou outros farelos e folhas, ricos em nutrientes, até formar uma mistura. A recuperação das crianças chamou a atenção da Pastoral da Criança, que ajudou a espalhar pelo Brasil. 
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Alguns especialistas afirmam que o uso diário da multimistura (uma colher de sopa), acrescentada às refeições, ajuda a prevenir doenças coronarianas, cálculo renal e diabetes, atua como calmante natural e reduz as cáries, melhora o humor e a concentração.
Contudo, tal receita recentemente deixou de ter seu uso incentivado pela Pastoral da Criança, além de não ser mais recomendada pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pelo Conselho Federal de Nutricionistas. Há a afirmação de que existe o perigo da falta de higiene na fabricação, além da presença da folha da mandioca, que se não for tratada corretamente leva consigo ácido cianídrico (extremamente tóxico), e do fitato existente nos farelos, que prejudicaria a absorção de ferro, zinco e cálcio.
Assim, é necessário que haja um estudo realmente aprofundado sobre tal mistura, de modo a verificar se possui eficácia, quais ingredientes devem ser utilizados e em que quantidade deve ser consumida por dia. Se for confirmada sua importância, a multimistura irá se constituir como um barato e importante aliado na redução da desnutrição infantil no país.
Fontes: http://www.extraclasse.org.br/edicoes/2011/04/multimistura-nutritiva-e-polemica/
http://www.pastoraldacrianca.org.br/pt/component/content/article/101-noticias/244-alimentacao-enriquecida-alguns-cuidados-importantes
http://www.istoe.com.br/reportagens/2931_A+VITORIA+DOS+ENLATADOS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000500013
http://www.plugbr.net/receita-multimistura-controle-de-desnutricao-e-auxilia-formacao-de-plaquetas/
http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medica/desnutricao?gclid=Cj0KEQiAkJyjBRClorTki_7Zx8QBEiQAcqwGMbX6l6GD9CCMWzMZKSg7NUAnk9lIEIE6pdpqZpSrzEkaAhDc8P8HAQ

9 comentários:

  1. Antigamente, o solo era rico e por isso os alimentos eram mais completos. Naquele tempo não se usavam produtos químicos. A poluição industrial, o uso de adubos químicos, hormônios em animais e pesticidas colaboram para que tenhamos menos saúde e contaminam o meio ambiente, o produtor e o consumidor. O uso de concentrados de minerais e vitaminas (farelos, pó de folhas, pó de sementes, pó de casca de ovo) em doses mínimas, mas constantemente acrescidos à nossa alimentação tradicional, fornece nutrientes que são indispensáveis para: promover o crescimento (dentro e fora do útero), aumentar a resistência às infecções, prevenir e curar a anemia nutricional, diminuir diarréias, diminuir doenças respiratórias e manter a saúde. Além disso, a multimistura impede a desnutrição infantil, um grave problema brasileiro. Hoje estão sendo muito valorizados os alimentos funcionais (nutracêuticos). São alimentos que previnem, retardam e até curam doenças. São alimentos que promovem e mantém a saúde. A mandioca é um exemplo. Sua folha é riquíssima em minerais e vitaminas e é quase toda desperdiçada. Tem mais ferro que a carne, mais vitamina A que o leite. E a composição e proporção entre seus nutrientes é tão perfeita que pequenas quantidades do seu pó acrescentadas todos os dias em nossa comida, pode, por exemplo, controlar a anemia, aumentar a imunidade e reduzir a gravidade das infecções como a dengue, malária, pneumonia, diarréia, aids, tuberculose, hanseníase, gripe. E também a cegueira noturna e a coceira dos olhos por deficiência de vitamina A. Portanto, a ingestão desses alimentos devem ser estimulado.

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  2. Mesmo com tanta tecnologia e técnicas de plantio e de colheita de alimentos cada vez mais avançadas, a desnutrição e a fome ainda assolam países que vivem abaixo linha da pobreza, como o Haiti, na América Central. Desde 1985, a multimistura faz parte do programa de combate à desnutrição implementado pela Pastoral da Criança. Essa organização trabalha com o conceito de alimentação enriquecida valorizando o alimento cultivado localmente e incentivando seu uso integral, ou seja, o consumo de todo o vegetal, inclusive de suas folhas, talos e/ou raízes.
    Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a multimistura — também denominada de “mistura à base de farelo” — é feita a partir da secagem, torrefação, moagem e mistura de grãos de cereais, leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e raízes. Desde o surgimento dessa receita, muitos estudos científicos e pesquisas foram realizados com o intuito de demonstrar os reais benefícios que traria seu consumo às crianças desnutridas e se haveria algum prejuízo à saúde. Muitos desses resultados foram repassados à Pastoral da Criança e, assim, novos orientações no processamento e manejo da multimistura foram sendo realizadas para que houvesse um melhor aproveitamento dos nutrientes presentes nela. É importante frisar que essa farinha é apenas uma ferramenta no combate à miséria e à fome. Muito há ainda a se fazer no combate à fome e à desnutrição. Se os governos de países tão pobres como o Haiti ou a Somália, na África, aderissem e apoiassem iniciativas como a da Pastoral da Criança e fizessem sua parte no programa, certamente não teríamos quadros tão tristes e um número tão grande de crianças morrendo de fome. No entanto, se fazem necessários mais estudos como forma de avaliar e comprovar os potenciais nutritivos da multimistura.

    Referência: http://www.aprendebrasil.com.br/falecom/nutricionista_bd.asp?codtexto=718

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  3. Uma das críticas à multimistura é quanto à falta de higiene que poderia trazer danos à saúde, já que a folha de mandioca crua contém ácido cianídrico. Mas se for picotada e levada para secar, antes de virar pó, esse procedimento faz volatizar o ácido, explica a nutricionista Themis Dovera, professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Estudos realizados na Universidade de São Paulo indicam ainda que a folha de mandioca, geralmente descartada, contém ferro, zinco e selênio, um poderoso antioxidante.

    Outra dúvida era sobre a presença do fitato, que se liga ao zinco, ferro e cálcio no intestino. Antes se achava que ele era inteiramente absorvido, impedindo o aproveitamento destes nutrientes. Pesquisa feita no Japão mostrou que o fitato se desmancha e libera de seu núcleo o IP6 (inosital hexafosfato). “O IP6 tem ação anticâncer, controla o colesterol, previne cáries. Tem mais propriedades benéficas que prejudiciais, por isso dá para usar com tranquilidade o farelo”, diz.
    http://www.extraclasse.org.br/edicoes/2011/04/multimistura-nutritiva-e-polemica/

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  4. Pesquisas realizadas pela Pastoral da Criança, em parceria com universidades, demonstraram que o farelo multimistura, composto por farelos de arroz, de trigo, casca de ovo e folha de mandioca, não melhora significativamente o quadro nutricional das crianças, principalmente no que se refere a taxa de ferro e a prevenção da anemia. Os líderes da Pastoral da Criança orientam as famílias que a melhor forma de fazer com que as crianças estejam bem nutridas é dar a elas alimentos regionais frescos, de forma integral, evitando apenas utilizar a forma de farelos e sim proporcionar uma alimentação enriquecida. As pesquisas também comprovaram que as ações básicas de educação e saúde que os líderes voluntários desenvolvem são mais eficazes que o uso do farelo isoladamente. O mais relevante é a atenção da mãe, da família com a criança e com o seu desenvolvimento. Para maiores informações acesse a pesquisa "Ensaio randomizado sobre o impacto da multimistura no estado nutricional de crianças atendidas em escolas de educação infantil"

    Fonte: http://www.pastoraldacrianca.org.br

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  5. A multimistura é um composto formado por farelos que acrescentados a alimentação diária em pequenas quantidades, pode ajudar na nutrição de crianças e adultos. O melhoramento das ações básicas de saúde, educação, seguidos por uma campanha de conscientização no uso de alimentos frescos e com a adição destes farelos proporciona uma alimentação enriquecida. O conjunto de alternativas aplicados nos últimos anos mostra resultados positivos no que diz respeito à alimentação. Este suplemento nutricional, adotado pela Pastoral da Criança, é utilizado nos trabalhos de apoio às famílias enfocado nas crianças, tentando combater a desnutrição e anemia.
    Foi revelado que substancias presentes na folha da mandioca (macaxeira), e que faz parte da receita da multimistura, atuam como ativadores na produção de plaquetas e outros componentes sanguíneos produzidos na medula óssea; apontando a sua atuação não diretamente, mas sim no auxilio junto de outros alimentos saudáveis na recuperação de crianças com quadros de desnutrição. Durante o acompanhamento observou-se o aumento de peso, apontando a multimistura como eficaz no combate a desnutrição.
    A multimistura, como muito bem retratou o texto, é muito importante no sentido em que possui nutrientes essenciais que ajudarão a melhorar casos de desnutrição infantil, entretanto, a mesma apresenta riscos ao conter a folha de mandioca, que possui ácido cianídrico, e que pode causar intoxicações. Apesar de todas as qualidades, é interessante notar que o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Conselho Federal de Nutricionistas, alertam sobre os riscos de problemas higiênico-sanitários e toxicidade, da multimistura e que a mesma, por alguns dos motivos apresentados, foi deixada de ser distribuída nas unidades básicas de saúde. Aguardo ansiosamente novas postagens.

    Fonte:
    http://www.institutododelta.com.br/?p=1376
    http://www.extraclasse.org.br/edicoes/2011/04/multimistura-nutritiva-e-polemica/

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  6. Apesar das evidências de que o Brasil esteja passando por um processo de transição nutricional e das reiteradas vezes em que os países membros das Nações Unidas têm reafirmado o compromisso de garantir o direito de todo ser humano de não padecer de fome, a desnutrição infantil continua sendo um grave problema de saúde pública em nosso País, devido à sua magnitude e aos consequentes prejuízos para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência da criança. Siqueira et al. investigaram a efetividade da suplementação de multimistura, concomitantemente com outras ações destinadas a melhorar a saúde de crianças. Trinta e um estudantes matriculados em uma escola rural foram examinados (antropometria e hematologia), antes e após o consumo de dieta suplementada com multimistura. Os resultados foram comparados com aqueles do grupo controle (n=26), que consumiu a mesma dieta, sem multimistura. Após 6 meses de intervenção, verificou-se que as ações gerais de saúde causaram efeito benéfico na condição nutricional das crianças, tendo em vista que melhoraram seus parâmetros hematológicos, independentemente da multimistura. Os valores médios para o índice estatura para idade foram significantemente mais elevados no grupo que recebeu a multimistura. Concluíram que a suplementação de dietas deficientes com multimistura contribuiu para a melhoria da estatura de crianças.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000100006

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  7. Geralmente composta por farelos (de arroz, de trigo e/ou de milho), sementes (de abóbora, melancia e/ou gergelim), pó de folhas verde-escuras (de aipim, de batata doce e de abóbora) e cascas de ovos, apresenta variações regionais em termos quantitativos e qualitativos da formulação. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.

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  8. A desnutrição causa impactos importantes no crescimento e desenvolvimento das crianças afetadas. A multimistura, fonte de diversos nutrientes, teve importante atuação no combate a esse agravo, salvando muitas vidas durante várias décadas no Brasil. Hoje, como a postagem explicou, seu uso deixou de ser incentivado, mas acredito que pelo grande impacto que provocou na melhora da nutrição das crianças e ainda por ser uma solução de baixo custo, ainda poderia contribuir para a prevenção da desnutrição em locais de risco.

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