sábado, 25 de outubro de 2014

Nutrição infantil no desempenho escolar e o PNAE



Como já foi dito em postagens passadas, sabemos que a desnutrição infantil causa graves problemas para o desenvolvimento da criança. Em uma alimentação inadequada, muitas vezes não há aporte energético suficiente para as necessidades pueris, o que provoca redução do seu ritmo metabólico, diminuindo a intensidade de suas atividades físicas e de seu crescimento. É como se todos os seus instintos se colocassem de acordo na montagem de uma estratégia de sobrevivência, cuja lei seria repousar o máximo e cansar o mínimo.
 O déficit de proteínas prejudica a produção de enzimas e hormônios na criança, o crescimento do corpo, a imunidade e a cicatrização, e a falta de vitaminas e minerais causa diversos problemas ao organismo, dentre eles a fadiga e danos neurológicos. Além disso, quando o sistema imunológico não se desenvolve de forma correta, a criança fica muito mais sujeita à patologias, e estas se apresentam em formas bem mais graves do que as que ocorreriam em um organismo bem nutrido.
Todos esses fatores se apresentam como entraves no desenvolvimento escolar da criança. Desse modo, o rendimento se torna bem menor do que o esperado, e o interesse pelo ambiente escolar diminui, o que reduz significativamente as perspectivas de um futuro melhor para a criança, dando continuidade a um ciclo de exclusão social.
 
Nesse contexto, se apresenta de fundamental importância o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Implantado em 1955, contribui para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricional, atendendo os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público),  por meio da transferência de recursos financeiros.
O Programa oferta uma alimentação adequada de acordo com orientação de um nutricionista, dando suporte também para indivíduos com necessidades nutricionais específicas (diabéticos, hipertensos, etc). Há também a determinação de que no mínimo 30% do recursos sejam destinados à compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural, o que contribui para a valorização da alimentação e cultura locais.




*Um fato curioso é que no surto de beribéri (relacionado à falta de vitamina B1) ocorrido em municípios de Tocantins, Maranhão e Roraima de 2006 a 2008, nenhuma criança da região foi acometida pela doença. Tal fato foi atribuído à variedade de opções alimentares da merenda escolar, que estaria suprindo as necessidades de tiamina das crianças da região. “A alimentação escolar pode estar protegendo a criança. Ela dá um aporte nutritivo além do de casa”, aponta o professor Pedro Israel, na época coordenador do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição (Cecan NE I) e professor do Departamento de Nutrição da UFPE. 

 Fontes:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732009000200009
http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/
http://www.promenino.org.br/servicos/biblioteca/as-consequencias-da-desnutricao-no-desenvolvimento-fisico-e-mental-infantil
http://www.saudemelhor.com/os-males-dos-excessos-e-da-falta-de-vitaminas/
 

8 comentários:

  1. Apesar das atuais preocupações com o sobrepeso na adolescência, o baixo peso também deve ser motivo de preocupação. A desnutrição, que é resultado da desigualdade social e pobreza, persiste no país, principalmente em regiões mais carentes. É produzida por um quadro de exclusão social que inviabiliza o acesso de uma considerável parcela da população à alimentação adequada. Muito tem se afirmado que a desnutrição, um dos mais graves problemas sociais do Brasil, é também um dos grandes responsáveis pelo baixo rendimento escolar. Nesse sentido é de grande relevância o PNAE, que tem como objetivo atender às necessidades nutricionais dos alunos e à formação de hábitos alimentares saudáveis, durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o seu crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar.

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  2. Comer bem é o segredo das crianças que apresentam o melhor desempenho escolar. Cientistas das Universidades de Londres e Bristol, após realizar uma pesquisa co 14 mil crianças, comprovaram que a baixa quantidade de nutrientes causa atrasos no rendimento, prejudicando o aprendizado. Os pesquisadores também levaram em conta outros fatores, que poderiam interferir no desenvolvimento infantil (como a renda e as condições familiares). Mas nenhum deles teve papel tão impactante como a dieta. Muito se tem afirmado que a desnutrição – um dos mais graves problemas sociais do Brasil – é também um dos grandes responsáveis pelo baixo rendimento escolar. Estudos mostram que somente nos casos de desnutrição grave ocorrem alterações no sistema nervoso central, que é responsável pelas funções intelectuais dos indivíduos.
    Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n58/13.pdf

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  3. Muito interessante o post, principalmente quando expõe que a merenda escolar está associada a um possível empenho melhor na escola. A merenda escolar, como se sabe, é uma suplementação alimentar que a escola oferece—por exigência de decreto federal promulgado nos anos 70—e como tal deve ser encarada. Não pode ser pensada "como"auxílio aos carentes" nem como forma de combate à fome ou à deficiência nutricional, mas apenas como direito do cidadão que freqüenta a escola por um período de tempo longo, o que torna necessário que ele se alimente no local onde estuda. Em países desenvolvidos ou em escolas de tempo integral, a merenda é considerada apenas mais um momento da rotina escolar. Entretanto, para Sawaya (2006), não se podem analisar os fatores da desnutrição infantil de uma forma isolada. Deve-se levar em consideração o contexto sócio-ambiental em que a criança e sua família estão inseridas.

    http://www.efdeportes.com/efd151/estado-nutricional-relacionado-ao-desenvolvimento-neuropsicomotor.htm
    http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1005/908

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  4. A postagem foi muito interessante na medida em que trouxe uma importante medida governamental de combate à desnutrição, que, como muito bem mostrou o texto, tem surtido efeitos positivos, sobretudo na prevenção de doenças causadas pela falta de vitaminas e outros nutrientes. As crianças geralmente constituem o grupo indicador preferencial para o estudo da presença de desnutrição em determinada população, sendo as mais vulneráveis a deficiências nutricionais. Déficit esse que pode ser notado pela baixa estatura da mesma e que pode retratar, não apenas a prevalência da desnutrição na infância, como também indicar a dimensão global que o problema da desnutrição alcança na sociedade, já que em populações que são bem nutridas, a porcentagem de crianças menores que a média não é superior a 2-3%, diferentemente daquelas em que há a carência de boa alimentação, e que, em decorrência disso, muitas crianças acabam vindo a óbito. Desta forma, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), implantado em 1955, contribui muito para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar do estudante (que vai para a escola para receber o alimento que, na maioria das vezes, é um dos poucos que ele tem no dia), e principalmente, a formação de hábitos alimentares saudáveis, com proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas, na medida correta e ditada por um nutricionista, e que, atendendo os mais diversos níveis de ensino, promove a saúde, bancados pelos recursos do poder público, que no Estado e nos municípios brasileiros, alcançam 413 milhões de reais, específicos para esta atividade.

    http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar
    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142003000200002&script=sci_arttext

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  5. Muito se tem afirmado que a desnutrição – um dos mais graves problemas
    sociais do Brasil – é também um dos grandes responsáveis pelo baixo rendimento escolar. O consumo de uma dieta balanceada desde a infância é extremamente importante para o crescimento e desenvolvimento intelectual, pois melhora o nível educacional e reduz transtornos de aprendizado causados por deficiências nutricionais, tais como anemia e desnutrição. É justamente nessa fase que se formam os hábitos alimentares. Os familiares e a escola são muito importantes, pois é por meio deles que os valores serão repassados e a criança passa a conhecer novos alimentos. A análise do valor nutricional das merendas oferecidas nas escolas representa um importante instrumento avaliador, da qualidade e da quantidade dos alimentos oferecidos e também, um valioso parâmetro para analisar o impacto das políticas públicas sobre a condição de vida deste grupo populacional, as crianças. Assim a merenda escolar é um bem-estar proporcionado aos alunos durante sua permanência na escola e tem como principal objetivo suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos, melhorar a capacidade de aprendizagem, formar bons hábitos alimentares, manter o aluno na escola. No caso brasileiro, a transição nutricional pode ser avaliada por inquéritos domiciliares nacionais ou regionais realizados entre o período de 1975-1997, cujos dados evidenciam uma clara tendência de diminuição da desnutrição em todo o país, mas em intensidades diferentes dependendo da região e do estrato social.

    http://www.unibrasil.com.br/pdf/nutricao/2009-2/4_tcc.pdf
    http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n58/13.pdf

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  6. A merenda escolar é uma importante estratégia de melhoria de aprendizagem, constituindo-se também numa forma de diminuir a evasão escolar. Em comunidades carentes, torna-se a refeição principal do dia. A merenda escolar deve ser vista como um direito, que traz balanços positivos nos aspectos intelectuais, emocionais, além de promover educação alimentar. A comunidade em que a escola se insere ganha também com essa política, pois alguns alimentos são adquiridos de produtores locais, o que movimenta a economia.

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  7. A nutrição é um fator essencial a toda a população, principalmente para as crianças. A infância é uma fase de crescimento e desenvolvimento acelerados e portanto as carências nutricionais podem ocasionar prejuízos importantes a essas crianças. A estratégia de alimentação saudável nas escolas é uma forma de prevenção e tem grande relevância nesse sentido, principalmente em comunidades pobres.

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